Operação resultou na apreensão de um adolescente já conhecido na traficância com 400 gramas de cocaína pura a granel (solta), além de 158 porções já prontas da mesma droga e uma balança de precisão para pesagem do entorpecente
Trabalho do setor de inteligência dos policiais especializados da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE), com campanas feitas em pontos de venda de entorpecentes (biqueiras), resultou na apreensão de um adolescente infrator de 16 anos, já conhecido na traficância com 400 gramas de cocaína pura a granel (solta) que poderia ser transformada em, pelo menos, 800 porções para venda a usuários.
Também foram apreendidas no local 158 porções já prontas da mesma droga, além de uma balança de precisão para pesagem do entorpecente. A particularidade é que cada porção pesava 0,5 gramas, quando o comum é 0,3 gramas, ou seja, três porções para cada grama. Por isso, estava sendo vendida a R$ 20.
Para fazer o flagrante os policiais passaram por diversos pontos de venda de entorpecente em carros descaracterizados, observando a movimentação para conhecer o caminho da droga. Agora o trabalho investigativo está direcionado para conseguir descobrir a origem do entorpecente, já que o adolescente foi “recrutado” por traficante para fabricar as porções no matagal e entregar em biqueiras.
Esteve nessa operação o delegado Paulo Buchignani com os investigadores Valmir, Caio e João, e o escrivão Bruno. O inquérito será presidido pelo delegado adjunto da DISE, Mauro Sérgio Rodrigues dos Santos, visando responsabilizar criminalmente outros envolvidos. O adolescente infrator ficou aos cuidados da Promotoria da Vara da Infância e Juventude e poderá ser internado na Fundação do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA).
“Infelizmente muitas pessoas estão consumindo entorpecentes, fazendo com que a oferta seja grande. Para se ter uma idéia, esse adolescente detido na operação revelou que a droga apreendida daria para apenas três dias. E ainda poderia ter adição de outros produtos (como pó de mármore e sal), para aumentar o lucro”, comentou o delegado Paulo Buchignani, mostrando sua preocupação com o aumento do adolescente no submundo do tráfico.
“O aumento significativo de menores no tráfico passa por problemas sociais, como má formação escolar e educacional, muitas vezes, face a desestrutura familiar. O jovem não quer saber de estudar mais. Não se interessa em buscar um melhor desenvolvimento e um trabalho de melhor remuneração ou coisa assim. Na busca do ganho fácil são recrutados pelo crime e pelo tráfico e com isso, ganham dinheiro e notoriedade no meio onde vivem e chegam a disputar entre eles, perante o dono da biqueira, para conseguirem um lugar para vender droga. Outro fator que poderíamos citar, é o próprio sentimento de impunidade que impera dentre os adolescentes, face à legislação”.
E completa: “No meu entender seria necessária uma repressão ainda mais rigorosa, para aqueles que já fazem parte do contexto criminal de uso e tráfico e uma forte política de prevenção e educação, para evitar que crianças e jovens que ainda não ingressaram nesse mundo, o façam. Por hora, o conselho é que cada pai, cada mãe, cuide muito bem de seus filhos”.