Os advogados de defesa, Rita de Cássia Barbuio e José Roberto Pereira, procurados pela reportagem, não quiseram adiantar a tese defensiva, informando que, tão logo sejam intimados da designação do julgamento, estarão conversando com o cliente para preparar a sua defesa
O Tribunal do Júri de Botucatu agendou a data para a realização de um dos julgamentos mais aguardados dos últimos tempos. No dia 23 de março de 2017, a partir das 9 horas, senta-se no banco dos réus o empresário João Alberto Matias, de 62 anos, que estava preso no Centro de Detenção Provisória de Cerqueira César, desde o dia 07 de dezembro de 2014, acusado de matar sua ex-namorada Sueli Aparecida Pereira, de 38 anos e Ademir Matias, de 29, em uma festa, no Bairro Guarantã, em Botucatu.
Recentemente o empresário foi transferido para o presídio de Avaré e o processo tramita pela 2ª Vara Criminal de Botucatu. Na fase instrutória, o acusado foi pronunciado por duplo homicídio, ficando definido, então, que o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Botucatu é que será o responsável pelo seu julgamento e não o Juiz singular.
Os advogados de defesa, Rita de Cássia Barbuio e José Roberto Pereira, procurados pela reportagem, não quiseram adiantar a tese defensiva, informando que, tão logo sejam intimados da designação do julgamento, estarão conversando com o cliente (João Alberto Mathias) para preparar a sua defesa.
A sessão do Tribunal de Júri será presidida pelo juiz titular da 2ª Vara Criminal, Henrique Alves Corrêa Iatarola, tendo como representante do Ministério Público o promotor de Justiça, Marcos José de Freitas Corvino. Sete pessoas da sociedade botucatuense entre as 21 convocadas formarão o Conselho de Sentença que irá definir o destino do réu.
O crime
João Matias foi denunciado como autor de um duplo assassinato passional triplamente qualificado, cometido no Bairro Guarantã, onde estava sendo realizado uma festa em frente a igreja matriz, tendo como vítima o casal Sueli Pereira, de 38 anos e Ademir Matias, de 29.
De acordo com testemunhas que presenciaram o crime, João Matias chegou ao local da festa e visualizou Sueli dançando com Ademir. Ele sacou de um revólver calibre 38 e disparou um tiro contra a cabeça do desafeto que caiu de bruços. A mulher tentou fugir e Matias disparou três tiros contra ela, sendo que dois acertaram as costas e o pescoço e um terceiro atingiu o pára-brisas de um carro estacionado.
Após os disparos Matias fugiu em seu carro, um Monza, e algumas pessoas que estavam na festa ainda tentaram interceptar a fuga atirando pedras no veículo que teve o vidro lateral estilhaçado. A mulher ainda foi socorrida com vida por uma enfermeira que estava na festa, mas morreu ao dar entrada no Hospital das Clínicas, da Unesp, de Rubião Júnior.
O acidente
Matias retornou a Botucatu e o sair da SP-300 Rodovia Marechal Rondon e adentrar pela Domingos Sartori, percebeu as motocicletas da equipe do Grupo Especial de Patrulhamento Ostensivo com Motocicleta (Gepom) da Guarda Municipal, além de uma viatura da Policia Militar e a perseguição aconteceu por várias ruas da cidade e só terminou no início da Rua João Morato da Conceição, na Vila Maria, quando Matias bateu o carro contra um estabelecimento comercial.
Ao chegar no Plantão Permanente, depois de ser medicado dos ferimentos no rosto causados pelo acidente, Matias alegou que namorava Sueli há 12 anos e teria descoberto que ela o traia há dois anos. Alegou ainda que sempre havia dado de tudo para a mulher e perdeu a cabeça quando ficou sabendo (da traição) e só não tirou a própria vida porque as balas do revólver falharam.