Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Segurança
19/08/2019

Polícia Civil esclarece assassinato cometido contra policial militar reformado



Trabalho investigativo apurou que uma das envolvidas no crime foi a então ex-esposa da vítima, sendo o crime arquitetado pelo filho dessa mulher, que está preso na Penitenciária de Pirajuí por crime de latrocínio

 

A Polícia Civil de Botucatu, através da Delegacia de Investigações Gerais (DIG),  esclareceu  por completo o assassinato cometido na madrugada do dia  27 de julho na Rua Alzira Domingues de Oliveira, entre os bairros Jardim Iolanda e Monte Mor, tendo como vítima o policial militar reformado (aposentado) José Paulo  Almeida, de 61 anos de idade, conhecido como “Chumbinho”.

O trabalho investigativo apurou que a  principal envolvida no crime foi a ex-esposa de Chumbinho, Eliana Calixto, sendo o crime arquitetado pelo filho dessa mulher, que está preso na Penitenciária de Pirajuí por crime de latrocínio (roubo seguido de morte). Foi esse presidiário que contatou outras três pessoas (duas mulheres e um homem) que moram em Guarulhos e foram presas na manhã desta segunda-feira (19) naquela cidade pelos policiais da DIG de Botucatu. O ex-marido da mulher, também foi preso acusado de coparticipação no crime.

“Desde o início, as investigações apontavam que a ex-mulher do policial estaria envolvida no crime. Ela, juntamente com o filho (enteado de Chumbinho), arquitetou o crime para se apoderar do dinheiro do seguro e poupança da vítima. O presidiário contratou os assassinos e ela se incumbiu de sedar a vítima, adicionando medicamento em seu suco. Com o homem desfalecido, os marginais não tiveram dificuldade em consumar o crime”, conta o delegado seccional de polícia, Antonio Soares da Costa Neto.

O delegado disse, ainda, que os criminosos armaram toda a cena do crime, amarrando a vítima com as mãos nas costas e em decúbito ventral (de bruços). Além disso, prossegue o delegado, usando um batom, escreveram a sigla de uma facção conhecida como PCC (Primeiro Comando da Capital), para tentar confundir o trabalho investigativo.

“Na sequência levaram o carro do policial e o incendiaram na periferia da Cidade. Paralelo a isso a mulher simulou um sequestro alegando que três homens haviam invadido sua casa, a renderam e fizeram com que entrasse em um veículo até ser deixada em Bauru, nas proximidades de um posto de gasolina”, ressalta o delegado.

Soares Neto aponta que desde o início do trabalho investigativo a mulher aparecia como principal suspeita de ter participado do crime. “Isso, realmente, acabou se confirmando. Foi um trabalho muito bem realizado pelos nossos policiais da DIG sob o comando dos delegados Dr. Celso (Olindo) e Dr. Geraldo (Franco Pires) e os autores já estão presos e vão pagar na justiça pelo crime que cometerem”, relatou o delegado seccional de Botucatu. “Vale destacar a ajuda que tivemos do nosso judiciário, Ministério Público e Guarda Municipal”, complementou.

 

Relembrando o crime

Assassinato aconteceu na madrugada do último dia  27 de julho na Rua Alzira Domingues de Oliveira, entre os bairros Jardim Iolanda e Monte Mor, tendo como vítima o policial militar reformado (aposentado) José Paulo Almeida, de 61 anos de idade, conhecido como “Chumbinho”.

Naquele dia o boletim de ocorrência (BO) foi registrado no plantão permanente da Polícia Civil pelo delegado Marcelo Lanhoso de Lima, que compareceu no local dos fatos, juntamente com a Polícia Militar e Guarda Municipal.

Vítima foi encontrada em seu quarto amarrada, de bruços, e com uma faca cravada no peito e as iniciais de uma facção criminosa marcada, com batom, em seu corpo. Como a Polícia Técnica Científica esteve na residência onde tudo aconteceu e não encontrou sinais de luta corporal, a hipótese levantada foi a de que o ex-PM poderia ter sido dopado.

Para que o trabalho investigativo não fosse comprometido, os policiais mantiveram em sigilo tudo o que foi levantado, seguindo pistas, ouvindo testemunhas, apurando se a vítima tinha desafetos, assim como o que fez e com quem esteve nas horas que antecederam o crime.

Outro ponto que fez parte do trabalho investigativo foi a apuração do sequestro da mulher do policial antes de o crime de assassinato ser cometido. Em seu depoimento ela apontou que três homens com máscaras teriam invadido sua casa e usando força física a sequestraram e a colocaram em um veículo. Depois de permanecer refém dos marginais ela foi deixada sozinha na Cidade de Bauru, de pijama, nas proximidades de um posto de gasolina.

Também o carro do casal foi roubado, levado a um local ermo do Jardim Monte Mor e incendiado. Foi pela numeração das placas do automóvel que os policiais militares chegaram até a casa do policial e o encontraram assassinado. Outro detalhe é que os marginais levaram da casa dois televisores de tela plana e um revólver.










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