Fotos: Valéria Cuter
Inicialmente, o rapaz tentou livrar a companheira alegando que ela não esteve na cena do crime e que apenas teria emprestado o carro a ele, entretanto, diante da insistência dos policiais e guardas municipais admitiu que estava no volante do carro dando cobertura aos roubos
No início da tarde desta terça-feira, a auxiliar de enfermagem Juliete Castro Soares, de 27 anos, admitiu na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) ter participado de vários roubos à mão armada cometido nos últimos dias por um adolescente de 17 anos, considerado de alta periculosidade.
Os dois foram presos na Rua Dr. Cardoso de Almeida, pelos policiais militares cabo Douglas e soldado Rute em um veículo Fiat Pálio, placas CSZ-6629, de Botucatu, que deu cobertura aos crimes do adolescente. Inicialmente, o rapaz tentou livrar Juliete alegando que ela não esteve na cena do crime e que apenas teria emprestado o carro a ele. Apontou que o condutor seria um amigo chamado Bruno, morador do Jardim Monte Mor.
Entretanto, diante da insistência dos policiais e guardas municipais e após cair em várias contradições, Juliete acabou por confessar que estava no volante do carro dando cobertura aos roubos cometidos pelo adolescente. Num deles, inclusive, o rapaz chegou a ferir uma mulher com uma faca, por ela ter reagido ao assalto. A vítima sofreu um corte na cabeça. Ela assinou o boletim de ocorrência e o delegado Celso Olindo determinou seu recolhimento à cadeia pública de Porangaba.
Até a família do adolescente que estava na delegacia acompanhando o caso, tinha convicção da participação da mulher nos roubos. “Ela ia buscar ele todas as tardes e ele só voltava pra casa, isso quando voltava, na madrugada. Infelizmente ele voltou a criminalidade depois de passar quase três anos internado por aquele assassinato que vocês já sabem", disse um dos membros da família, que pediu para não ter o nome divulgado.
O assassinato a que referiu esse membro da família foi cometido contra o corretor de imóveis Laurindo Pires Marques, de 68 anos, o Português, no dia 27 de abril de 2014, a mando da própria esposa. A vítima foi encontrada pela Guarda Civil Municipal em uma estrada de terra num canavial ao lado de sua caminhonete Montana, placas DZI-2246, no final da Avenida Prefeito Joaquim Amaral Amando de Barros, no Jardim Cambuí.
A investigação apurou que a mulher contratou quatro adolescentes, entre eles o que foi preso nesta terça-feira, e um rapaz chamado Leandro Rogério Telis, de 19 anos (na ocasião). Os executores invadiram a residência do casal, na Rua Amando de Barros, e mataram Marques por enforcamento no sofá da sala. Posteriormente, colocaram o corpo da vítima na sua própria caminhonete pick up que foi conduzida por Leandro para “desovar” o corpo em um local ermo do Jardim Cambuí.
Todos os envolvidos foram identificados para responder por crime de homicídio duplamente qualificado e relataram nos autos do processo que foram contratados pela mulher para dar um susto no marido, mas ela teria mudado de idéia e deu ordem para matá-lo.