A orientação da PM é que alguns cuidados devem ser tomados, como evitar dar carona a desconhecidos ou dar alimento, roupas e dinheiro a pessoas que venham a bater na porta das casas
As forças de segurança de Botucatu, onde se incluem a Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Municipal (GCM), estão em estado de atenção, pois não está descartada a possibilidade de que os presos foragidos de Botucatu que cumprem pena na Penitenciária de Bauru possam passar ou já estar Botucatu. Dos 153 presos que conseguiram fugir, 52 deles ainda estão na rua.
“Existem presos de Botucatu cumprindo pena em Bauru e que estão entre os foragidos e podem pensar em buscar refúgio na casa de familiares ou amigos. Não é necessário ninguém entrar em pânico, mas alguns cuidados podem ser tomados, como evitar dar carona a desconhecidos ou dar alimento, roupas e dinheiro a pessoas que venham a bater na porta”, orienta o comandante da 1ª Companhia de Polícia Militar de Botucatu, capitão Alexandre Cagliari.
O oficial realça que quando uma pessoa perceber alguém suspeito rondando sua casa deve, imediatamente, ligar para os telefones: 190 (Polícia Militar); 195 (Polícia Civil); 193 (Corpo de Bombeiros); 199 (Guarda Municipal); ou 181 (Disque Denúncia). Não é preciso se identificar.
A Fuga
A rebelião ocorrida no Centro de Progressão Penitenciária (CPP3) "Professor Noé de Azevedo", em Bauru (349 km de São Paulo), resultou na fuga de 152 detentos na manhã de terça-feira (24). Desses, 100 já foram capturados. De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado (Sindasp), Daniel Grandolfo, o presídio é dominado pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
O tumulto foi iniciado quando agentes apreenderam celulares que estavam de posse dos presos que colocaram fogo em colchões para facilitar a fuga. O CPP 3 abriga detentos que estão no regime semiaberto, ou seja, podem sair para trabalhar durante o dia, mas precisam retornar para a unidade à noite. Presídio fica a cinco quilômetros da cidade, às margens da rodovia João Ribeiro de Barros, conhecida como Bauru-Marília (SP-294), próxima ao Distrito Industrial 3.
O primeiro alerta foi dado por motoristas dos ônibus que fazem o transporte desses presos e que perceberam algo estranho ao serem informados que os presos não iriam para o trabalho e a rebelião aconteceu. A PM de Bauru solicitou apoio de outras cidades e o helicóptero Águia para o patrulhamento aéreo. Os detentos armados com facas, revólveres e machado abordaram motoristas que passavam pela rodovia para roubar o carro e facilitar a fuga.
A Avenida Nações Norte, uma das principais vias de acesso à cidade, também foi utilizada pelos detentos como rota de fuga. Para evitar assaltos e saques, dezenas de estabelecimentos comerciais e bancos fecharam suas portas. Com a prisão da maioria dos presos a rotina da cidade está voltando ao normal.
O coronel Airton Martinez, comandante do CPI-4 (Comando do Policiamento do Interior), convocou a imprensa para afirmar que a ação ocorrida em Bauru foi um fato isolado, que não tem ligação com o crime organizado. "A unidade abriga presos que estão chegando ao fim de suas penas, não está sob domínio do PCC”, garante.