Período da piracema, que proíbe a pesca, se encerra na próxima terça-feira

Iniciada em novembro de 2016, a piracema período da reprodução (desova) dos peixes em que a pesca é proibida e a fiscalização da Polícia Militar Ambiental é intensificada, vai se encerrar na próxima terça-feira, dia 28 de fevereiro, quando os pescadores, que se concentram em colônias às margens dos rios da região, poderão retornar às suas atividades e já começam a preparar seus petrechos. Na região de Botucatu estão espalhadas várias colônias de pescadores, como Porto Said, Mina, Jaú, entre outras.

A pesca é interrompida na piracema para que os peixes que migram para reprodução possam nadar contra a correnteza até as cabeceiras dos rios, para se reproduzirem. Eles têm de vencer também a pesca predatória, feita clandestinamente com uso de diferentes artifícios por pescadores sem a devida preocupação com o futuro dos peixes. Através destas medidas, evita-se o desequilíbrio ecológico nos rios.

Até terça-feira os pescadores amadores somente estão podendo pescar com vara simples, com molinete ou carretilha, capturando as espécies exóticas (não nativas) como a tilápia e a corvina. A pesca desembarcada, aquela que é praticada no barranco dos rios é permitida, desde que os critérios estabelecidos pela legislação ambiental sejam respeitados. O mesmo vale para a pesca em reservatórios. Também estão liberados campeonatos e gincanas, desde que os peixes capturados sejam exóticos e, posteriormente, devolvidos à natureza.

Nesse período de Piracema, sob o comando do tenente André Manuel, a Polícia Militar Ambiental de Botucatu que atende uma extensa área territorial de 26 cidades da região, agregando uma população estimada em mais de 500 mil habitantes, vem realizando diversas operações para coibir a pesca ilegal, com recolhimento de redes, tarrafas, entre outros petrechos proibidos, flagrando e punindo infratores.

Também estão inseridas dentro da área de comando da Ambiental de Botucatu as três maiores represas do Estado de São Paulo: Barra Bonita, Chavantes e Jurumirim. O território alcança 15 mil quilômetros quadrados de área terrestre, 1.000 quilômetros quadrados de rios e 1.500 quilômetros quadrados de represas.

Durante a piracema os pescadores de Botucatu, com apoio da Prefeitura Municipal e várias empresas da cidade, realizaram mutirões de limpeza retirando toneladas de lixo e entulho, assim como centenas de metros cúbicos de plásticos e isopores (foto) em 140 km de margens [70 km de cada lado] da represa de Barra Bonita, trecho entre Botucatu, Anhembi e São Manuel banhado pelo Rio Tietê. Todo material retirado das margens do rio foi enviado à Cooperativa de Agentes Ambientais de Botucatu, que realizaram sua triagem e o dinheiro arrecadada, posteriormente, foi repassado aos pescadores.