Botucatu, terça-feira, 29 de Abril de 2025

Turismo / Meio Ambiente
21/04/2017

Onça suçuarana é atropelada em estrada vicinal da zona rural de Botucatu



Foto ilustrativa do animal em seu habitat natural

O professor doutor Carlos Teixeira aponta que o desenvolvimento das monoculturas, o avanço das construções urbanas nas áreas verdes e o aumento das malhas viárias diminuem os habitats naturais dos animais silvestres que acabam invadindo áreas urbanas onde entram em contato com seres humanos

 

Caso de atropelamento de uma onça adulta da espécie conhecida como suçuarana, parda ou puma,  foi  registrado  na noite desta quinta-feira na estrada de terra que dá acesso ao sítio Mané Teixeira e ao rio Capivarinha, pela rodovia vicinal Alcides Soares. O local é muito frequentado por pescadores, que costumam passar as noites no local que fica entre o Distrito de Vitoriana e ao trevo de acesso à SP-191 Rodovia Geraldo Pereira de Barros.

O animal, que está na listas dos que estão em vias de extinção,  estava atravessando a estrada quando foi colhido por um veículo (não identificado o modelo) e acabou morrendo no local. A onça foi conduzida ao Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (Cempas), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu, que cuida de diferentes espécies.

No Cempas, que tem como responsável o professor doutor Carlos Teixeira, estão dezenas de aves e animais resultados de apreensões policiais, vítimas de atropelamentos em estradas e caçadores ou ainda vindos de pessoas que criam os animais e depois resolvem abandoná-los. São diferentes espécies de primatas (sagüi, macaco-prego e bugio), jacaré, papagaio, tucano, gavião carijó, maritaca, coruja, seriema, veado, jaboti, lagarto, gambá, tamanduá bandeira, onça, entre outros. Um verdadeiro zoológico dentro de um centro de pesquisas científicas.

Segundo Teixeira, o desenvolvimento das monoculturas, o avanço das construções urbanas nas áreas verdes e o aumento das malhas viárias diminuem os habitats naturais dos animais silvestres que acabam invadindo áreas urbanas onde entram em contato com seres humanos. “Acabam capturados ou feridos e, muitas vezes, mortos. Estando no Cempas e não tendo condições de soltura alguns são transferidos para zoológicos ou criadouros conservacionistas. Outros permanecem aqui para serem pesquisados e são base para teses e doutorados”, explicou.

O professor doutor enfatiza que mesmo aqueles que ainda estão com saúde e em condições de viverem em liberdade têm que ser soltos de maneira adequada, pois no reino selvagem existe uma competição muito intensa pela disputa de território e não são raros os casos em que animais são mortos por um rival. “Então, o ideal é soltar os animais o mais próximo possível do lugar de onde foram retirados”, orienta Teixeira.










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